quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Conclusões Pós-Carnaval

Meu terceiro carnaval na em Salvador serviu para derrubar alguns tabus, reforçar algumas certezas e observar algumas situações intrigantes.
1) Dos tabus derubados: o carnaval de Salvador não é essencialmente plastificado, elitista e previsível. Pude constatar isso na primeira noite saindo no Pelourinho no bloco "Oreia Seca", que me fez sentir nos carnavais de antigamente e deu até um gostinho de Olinda na boca, quando subi e desci algumas ladeiras. Tal convicção foi reforçada no restante da noite acompanhando Os Mascarados com Margareth Menezes.
2) Das certezas reforçadas: o cheiro mais característico de Salvador é o de xixi. Algumas áreas da cidade exalam odor de xixi o ano inteiro, mas no carnaval o odor se democratiza pra quase a cidade inteira graças ao reforço dos nossos visitantes que, rapidamente, aderem à "cultura" local. Segunda certeza, Ivete é mesmo maluca. A Dalila mexeu com todo mundo na avenida e, não satisfeita, fez gestos obscenos com a língua (da cobra em sua cabeça) para o governador durante a passagem de seu trio em frente ao camarote oficial do governo!
3) Das situações intrigantes: a alegria é democratizada mas a segregação ainda existe. Foi impossível não reparar nos cordeiros dos inúmeros blocos que vi passar. A maioria esmagadora dos trabalhadores é composta por negros (até aí compreensível se levarmos em conta que a maioria da população local também é cor de ébano) e, ao observá-los se acotovelando, suando em bicas e se contorcendo pra manterem sob controle a corda gigantesca que circunda os blocos foi impossível não estabelecer uma analogia a um navio negreiro, lotado de passageiros "brancos", sendo tocado a duras penas por uma legião de escravos. Não cabe aqui nenhum protesto contra as condições de trabalho dos cordeiros e algo do gênero, mas sim a constatação das inúmeras diferenças sociais que nos estapeam a cara a todo instante. Enquanto uns pagam rios de dinheiro (não sei o valor ao certo pois nunca paguei) pra sair num bloco ou frequentar camarotes estrelados nos dias de festa momesca, outros se acotovelam e trabalham duro por alguns trocados por noite, apenas pra terem o prazer de acompanhar de perto essa mesma festa, nem que seja por um ângulo diferente.

100% NEGRA

Foi assim que saí na Barra no primeiro dia de carnaval (aqui em Salvador o primeiro dia é na quinta-feira!!) toda serelepe na trilha dos Mascarados. Ao colocar meu "black power" pude entender perfeitamente o significado da frase "força na peruca", sentia-me uma negra maravilhosa e poderosíssima. Ninguém ficou imune à nossa passagem (o bloco tinha mais dois integrantes: Marta e Emerson), todos queriam ver minha peruca, saber onde eu tinha comprado e, pasmem, até protestar contra a minha negritude. Um senhor afirmou que eu era apenas um por cento negra e não cem por cento como estava na camiseta!! Pra minha maior surpresa, Lílian e Guga, amigos que encontramos por acaso no percurso, não nos reconheceram e a gargalhada foi geral!!

O bloco dos Mascarados rende um capítulo à parte: muita gente bonita, bem humorada, fantasias hilárias e preocupação zero com status ou preferência sexual. Encontrei um monte de gente que adoro, minha ex-professora Rose, meu ex-chefe Harley (que também não me reconheceu), ex-colegas de pós-graduação e o louco do Moacyr que me tascou um beijo na boca. Voltamos pra casa de madrugada, esfomeados e mortos de cansados mas muito felizes com a experiência. Mascarados 2010, aí vou eu!!





segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A Praia do Presidente


Hoje conheci Inema. Praia privativa dos oficiais da Marinha do Brasil. Aquela em que o presidente Lula e Dona Marisa Letícia passam suas férias.

ttp://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL943528-5601,00.html


Nunca vi lugar tão lindo, de mar tão verde, água tão límpida e areia tão branca!! Passei dia inteiro praticando o ócio e a mais perfeita contemplação.
E eu que chamava o nosso presidente de burro!





domingo, 1 de fevereiro de 2009

Felicidade sem Culpa

Felicidade sem Culpa é o nome do livro do psicólogo Adenáuer Novaes, que comecei a ler hoje na praia de Inema. Confesso que li poucas páginas pois estava mesmo era a fim de não fazer absolutamente nada. Já esse aí é meu marido, que também não leu nada, mas que pela cara já se percebe que a culpa com certeza, não é um dos males do qual ele padece!!