sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Tá Ficando Chato

Renato Rocha Miranda/Divulgação/TV Globo

Concordo absolutamente que humoristas que apelam para o grotesco como o tão falado Rafinha Bastos precisam de limites. Já estava mais do que na hora de ele levar um cartão vermelho, o que só aconteceu quando mexeu com gente realmente poderosa, em termos de mídia e publicidade como a Wanessa Camargo - leia-se seu marido e o sócio fenomenal. Pena que, mesmo depois de tantos comentários infelizes a mídia ainda continue a repercutir o desdobramento de cada babaquice do ilustre "humorista", que assim fica cada dia mais famoso.
Agora, essa onda de patrulhamento "politicamente correto" da mídia que tem ocorrido ultimamente já está ficando chato. Primeiro a propaganda de lingerie com a Gi (Bundchen, minha amiga, hahah), sob o pretexto de que é agressiva à mulher. Depois o quadro do Programa Zorra Total (que também não sou fã) onde Valéria e Janete se espremem num vagão de metrô enquanto abordam situações hilárias entre um travesti e uma feiosa burrinha, por mostrar de forma bem humorada um problema comum nos trens urbanos que é o assédio a mulheres e etc. Por último, a novela das 21h. Querem dar um freio no personagem interpretado por Alexandre Nero que, na trama, humilha e bate na mulher Celeste, vivida por Dira Paes. Segundo o site da Folha de S. Paulo http://f5.folha.uol.com.br/televisao/986471-depois-de-comercial-de-gisele-ministra-quer-opinar-em-novela.shtml a Secretaria de Políticas para as Mulheres, em contato com a Rede Globo, sugere que Celeste procure a Rede de Atendimento à Mulher, por meio do telefone 180. Sugere ainda que, diferentemente de casos anteriores, em que o agressor é apenas punido, que Baltazar seja encaminhado aos centros de reabilitação previstos na Lei Maria da Penha!!
Tá demais, né? Se é pra ligar a TV pra assistir unicamente programas condizentes com a realidade e o politicamente correto, vamos tirar logo do ar todos os filmes de guerra, ação policial e congêneres, pois os mesmos são um incentivo à violência!
Façam-me o favor!!! Será que não temos algo mais importante e urgente com o que nos ocupar? Está-se partindo do pressuposto de que o cidadão brasileiro é completamente desprovido de senso crítico ou até mesmo de discernimento entre o real e fictício. Pior, que ele é incapaz de usar o controle remoto e mudar de canal quando é exposto à programação em desacordo com suas convicções familiares!Daqui a pouco vou ser proibida aconselhada a suspender a veiculação do DVD da Turma da Galinha Pintadinha lá em casa. Afinal, uma das músicas que minha filha mais ama tem a seguinte letra:


A Galinha Pintadinha/E o Galo Carijó
A Galinha usa saia/E o Galo paletó
A Galinha ficou doente/E o galo nem ligou
E os Pintinhos foram correndo/Pra chamar o seu doutor
O doutor era o perú/
A enfermeira era o urubu
E a agulha da injeção, era a pena de um pavão

Pela ótica vigente, essa música é um atentando às famílias e à segurança infantil. A relação entre a galinha e o galo está claramente comprometida e denuncia uma família desestruturada, uma vez que a penosa fica doente e seu marido não lhe dá a mínima. Os filhotes, por sua vez, assumem precocemente uma responsabilidade enorme, ao se verem obrigados a procurar, por conta própria, atendimento médico para sua pobre mãe. Já os médicos, apresentam claro despreparo. Como pode se usar como agulha de injeção uma pena de pavão?! E se essa pena não for descartável??? 
Huauaua!!