Foram quase três semanas de telefonemas, visitas técnicas, demandas, prazos estourados, dúvidas, idas e vindas pra fazer um evento institucional. Depois de todos os ajustes e da minha famosa gastrite nervosa dar as caras, como de costume, finalmente o tão planejado evento aconteceu. Lançamos uma revista, seguida de encenação teatral e coquetel com música ao vivo. Durante o protocolo oficial, meus olhos não desgrudavam das autoridades e, principalmente, do meu chefe! Cada nuance no olhar, cada franzida de testa ou mexida de canto de boca traziam significados enormes e poderiam revelar o insondável: “ele está gostando? Será que esse trechinho não agradou tanto? Ai, aquele leve desvio no canto da boca foi um sorriso...”
Pronto! Isso foi o ápice da recompensa por semanas de planejamento e até de uma viagem de feriado frustrada. Se ninguém reclamou, significa que o trabalho agradou e que poderia, finalmente, respirar aliviada.
Ao chegar em casa, tarde da noite e cansada, encontro minha pequena (mas não menos exigente) chefinha de um ano e dois meses me esperando para colocá-la pra dormir. Ao pegá-la no colo, a mesma foi taxativa: “mamã, cai-cai!”. E lá vou eu cantarolar “cai-cai balão”...
Na sequência, outro apelo, dessa vez por “uacacá!!” o que, prontamente obedeço cantando a música do sapo. Ao final de cada uma das minhas magistrais apresentações, recebo como devolução sorrisos de orelha a orelha e gritinhos de prazer, seguidos de um sono tranqüilo aconchegada em meus braços, que não deixam espaço pra dúvida: é em casa que exerço o meu maior e mais gratificante ofício, ser mãe!