terça-feira, 5 de maio de 2009

Só podia ser em Salvador


A chuva que caiu em Salvador ao longo do dia causou transtornos de um lado a outro da cidade. Comigo não podia ser diferente. No início da tarde recebi a notícia de que a pequena ponte que dá acesso à minha rua havia sido destruída pela força da água. Maior do que o transtorno de desbravar o bairro em busca de uma via alternativa, sob pena de dormir fora de casa, foi saber que fui vítima de uma "tragédia" anunciada. Ha cerca de dez dias, vendo o estado deplorável da pontezinha, liguei para a Defesa Civil do município e solicitei uma visita ao local. Dias depois soube que uma equipe de engenheiros esteve à minha procura no condomínio e reclamando por eu ter "explicado mal" o problema da ponte. O irônico é que, pra chegarem à minha casa eles tiveram que passar por ela. Será que não perceberam nada de estranho??!! Passados todos esses dias sem nada ter sido feito, eis que hoje a dita ponte desaba e deixa centenas de moradores ilhados. Ao ligar novamente pra Defesa Civil relatando o problema, agora mais grave, fui avisada pela atendente que o meu chamado anterior não havia sido resolvido por eu não estar em casa. Será que era eu quem ia consertar a ponte com os engenheiros da Codesal?? Essa mesma moça me orientou a ligar para o "Engenheiro Ouvidor". O tal ouvidor, por sua vez, mal ouviu meu relato e ocupou-se apenas de checar se minha denúncia anterior constava no sistema. Após minutos esperando, fui informada pelo mesmo de que o meu nome nunca havia constado no tal sistema e que, se eu quisesse registrar o problema da ponte deveria ligar para o setor de egenharia num outro número! Será que os 20 minutos que perdi conversando com os dois profissionais serviram apenas para eles constatarem que o alerta de dez dias atrás havia sido ignorado (e que isso era problema meu!!) e não para entenderem que eu estava relatando algo sério, que colocava em risco a segurança de inúmeras pessoas e que precisava ser resolvido?! Após esse desastroso atendimento, resignei-me a me assegurar de que o local estava sinalizado o suficiente pra evitar que algum desavisado caísse na correnteza e vir para casa pedir tempos melhores a São Pedro porque, se depender do Poder Público Municipal, estarei condenada a passar os próximos dias prisioneira de minha própria casa.

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