O meu texto contra a "imbecilização feminina" começa a dar frutos. Segue um trecho do e-mail que recebi ontem de minha amiga Andréa Maia, para minha felicidade, um dos espécimes femininos mais inteligentes que conheço.
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"Deia, o Rolly esta tão, mas tão estressado que terminou descontando em um vendedor de uma loja de brinquedo em Porto Alegre. Explico, ele tinha saído para comprar presentes para as crianças e, depois de andar em algumas lojas chegou a uma triste conclusão: não existem brinquedos inteligentes para meninas !!!!!!!! apenas `coisinhas CRICRI´, ou seja bonecas e utensílios domésticos. Minha filha é muito inteligente e vocês querem transformá-la apenas em uma dona de casa ??????? (nada contra, mas queremos que Ise estude) acho ate que se existisse uma Barbie ´Simone de Beauvoir´ até que ele teria encarado. Terminou comprando um colete salva vidas laranja".
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Terminei a leitura imaginando quantos pais já passaram por isso, tentei lembrar qual o brinquedo mais interessante que tive e, sinceramente, só lembrei das Barbies e Suzys (versão mais barata da 1ª). Tomei um susto ao constatar que, no fundo, engolimos diariamente o discurso de igualdade de gêneros, liberação feminina e blá blá blá mas continuamos sendo "programadas" para perseguir o mesmo que nossas bisavós: uma casa linda e um marido amantíssimo. Só que com um detalhe extra: temos que ser profissionais ultra-competentes e agressivas (se equilibrando em cima de um salto 15!), esposas fantásticas, mães exemplares e donas de casa incorrigíveis. Tudo ao mesmo tempo!
Tive vontade de conclamar meus amigos a uma caça às Barbies. Acabei me convencendo que também preciso de um colete salva vidas, de preferência, laranja.