"...a minha intiução me diz para o senhor voltar para casa. Conversar com os médicos na sua língua materna. Medo e línguas estrangeiras, isso não combina."
Os trechos entre aspas, acima e abaixo, fazem parte do livro ´Trem Noturno para Lisboa´, meu livro de cabeceira durante a viagem. Enquanto vivencio a experiência de tentar dominar o Inglês, me delicio com as experiências de Gregorius, professor de línguas clássicas em Berna que, movido por um súbito impulso, se levanta no meio da aula, abandona a sala e toma um trem para Lisboa. Em sua bagagem está um exemplar de reflexões filosóficas escrito pelo médico português Amadeu de Prado. Fascinado pelo livro, Gregorius decide investigar o autor. Em sua viagem, encontra pessoas que ficaram marcadas por seu relacionamento com esse homem excepcional, que o conheceram como médico, poeta ou combatente da ditadura. Curiosamente, uma das aventuras do intrigante personagem (que domina cinco idiomas), é aprender a falar Português, uma língua completamente nova para ele. A leitura é extremamente envolvente e nos obriga a inúmeras reflexões sobre valores, sentimentos e o que realmente vale a pena nessa rápida viagem do trem da vida.
O livro, de Pascal Mercier, já vendeu mais de dois milhões de exemplares pelo mundo e foi traduzido para 15 idiomas. Na Europa seu título virou expressão idiomática, usada para se referir a alguém que pretende mudar de vida.
"...na intimidade estamos entrelaçados e os laços invisíveis são como uma corrente libertadora. Esse entrelaçamento é imperioso: exige exclusividade. Partilhar seria trair. Mas nós não gostamos, amamos ou tocamos uma única pessoa. Fazer o quê, então? Gerir as várias intimidades? Fazer uma contabilidade minunciosa de temas, palavras, gestos? De conhecimentos e segredos comuns? Isso seria um veneno que pinga silenciosamente, gota a gota."
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